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Recuperação de Mata Atlântica ganha meio milhão de novas mudas em São Paulo

Companhia Energética, Ongs, Ministério Público e assentados da reforma agrária se unem para recuperação da Mata Atlântica de Interior no Pontal do Paranapanema

Data da publicação: 02/11/2007

A mata atlântica de Interior ganha uma mãozinha a partir dessa segunda-feira (5/11) quando 160 mil mudas de espécies arbóreas nativas começam a ser plantadas em reserva florestal destruída, nas margens do rio Paraná, em Presidente Epitácio, no Pontal do Paranapanema. O reflorestamento está sendo possível graças ao esforço de ambientalistas, assentados de programas de reforma agrária e uma companhia energética que se uniram para tentar recuperar parte do foi destruído por anos de ocupação predatória.

Os trabalhos de reflorestamento estão concentrados na reserva legal de quatro assentamentos do Incra na região, conhecida também como reserva florestal do córrego do Veado. De acordo com os funcionários que trabalham no projeto serão plantadas 160 mil mudas de 90 espécies nativas como jequitibá, jaracatiá, cabreúva, guaritá, canafístula, jacarandá-caroba, figueira, guatambu, genipapo, almêcega, entre outras. “São árvores frutíferas silvestres, com crescimento rápido, que dentro de poucos anos estarão proporcionando abrigo e alimentos para a fauna”, explica José Linhares de Moura, da Ong Apoena e assentado na fazenda Engenho, no município de Caiuá.

Segundo Linhares, o projeto – que prevê até janeiro o plantio de 500 mil mudas - é uma parceria da Apoena, Cesp e Incra, com o envolvimento da Procuradoria da República, em Presidente Prudente, Promotoria de Justiça Regional de Meio Ambiente do Pontal do Paranapanema, Prefeitura Municipal, Ongs Proter e IBCAmb e Polícia Ambiental que faz a fiscalização da reserva em conjunto com os próprios assentados dos programas de reforma agrária. “Sem o esforço conjunto dessas e outras instituições não seria possível realizar um projeto dessa envergadura, talvez um dos maiores reflorestamentos nativos hoje no estado de São Paulo”, explica Linhares de Moura.

Floresta auto-sustentável

De acordo com os técnicos que trabalham na preparação do solo que vai receber as novas árvores, o projeto prevê o plantio de mudas de espécies vegetais arbóreas nativas, privilegiando as mais adequadas aos distintos estágios da sucessão secundária, que é um processo natural de regeneração de florestas tropicais, baseados em estudos da Cesp. “Esse processo é repetido primeiro plantando as espécies pioneiras, que necessitam de pleno sol e crescem rapidamente, como capixingui, sangra d'água e candiúva”, explica Hamilton Aparecido Nascimento, técnico da Apoena. “Na seqüência são plantadas mudas de espécies secundárias, que necessitam de sombra no início do crescimento, e que, depois, superam a altura das pioneiras. Entre essas espécies, o projeto vai utilizar a canafístula e os ipês, por exemplo. Por último, são plantadas as mudas de espécies clímax, que se desenvolvem abaixo da copa das secundárias, com sombra, e têm crescimento mais lento”, prossegue Nascimento. Segundo ele, “são espécies como peroba, paineira, cedro, jatobá, paineira e piúna, entre outras. Dessa forma, a floresta é implantada com auto-sustentação, um mecanismo próprio da floresta natural”, explica. “A continuidade da implantação deste projeto requer que seja concluída a construção de cercas, estabelecendo o isolamento total da área e a retirada de animais domesticados, como gado, cavalos, carneiros e cabritos, que, além de trazer danos às mudas e plântulas originadas pela regeneração natural, estão infringindo a legislação ambiental”, complementa Nascimento.

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